📖 O Pai, o Filho e o Espírito na Árvore das Sefirot: Um Olhar Judaico-Messiânico
📜 Introdução: As Sefirot e a Unidade Divina
No pensamento judaico-messiânico, há um grande desafio teológico: como compreender a unidade absoluta de Deus (Devarim 6:4 – “Shema Yisrael”) e, ao mesmo tempo, reconhecer as manifestações do Pai, do Filho e do Espírito?
📌 A Cabalá, por meio da Árvore das Sefirot, oferece um modelo para entender a relação entre Deus e Suas emanações.
Mas será que podemos enxergar na estrutura das Sefirot um paralelo com o conceito messiânico do Pai, do Filho e do Espírito?
Neste estudo, vamos explorar:
🔹 A relação entre as Sefirot e a unidade divina.
🔹 O conceito de emanação na metafísica de Plotino e seu paralelo com a Cabalá.
🔹 Como a Torá e os ensinamentos messiânicos podem ser harmonizados com essa visão.
1️⃣ Plotino e a Ideia das Três Emanações
O filósofo neoplatônico Plotino descreve o real como sendo composto por três hipóstases (realidades):
1️⃣ O Uno – Absoluto, transcendente, sem divisões.
2️⃣ O Intelecto (Nous) – Emanado do Uno, mas ainda parte dele.
3️⃣ A Alma do Mundo (Psyche) – O princípio que dá movimento e diversidade ao mundo.
📌 Isso lembra algo?
No pensamento judaico-messiânico, também encontramos três manifestações da divindade:
➡️ O Pai – O Uno, absoluto, além de toda definição.
➡️ O Filho (Yeshua) – O Intelecto, aquele que reflete e revela a vontade do Pai.
➡️ O Espírito Santo – A Alma do Mundo, aquele que age, dá movimento e conecta a criação com o Criador.
💡 Mas será que essa estrutura pode ser encontrada na Árvore das Sefirot?
2️⃣ A Árvore das Sefirot e a Manifestação do Eterno
Na Cabalá, Deus é compreendido através das Sefirot, que representam as emanações divinas no mundo.
📌 As três primeiras Sefirot refletem a estrutura de Plotino e do conceito messiânico unicista:
1️⃣ Kéter (Coroa) – O princípio supremo, a fonte de tudo, que corresponde ao Pai.
2️⃣ Chochmah (Sabedoria) – A expressão da mente divina, refletindo o Filho, a Palavra viva.
3️⃣ Binah (Entendimento) – O processo de manifestação dessa sabedoria, como o Espírito que traz discernimento e conexão.
🔹 Assim, podemos enxergar o Pai, o Filho e o Espírito não como entidades separadas, mas como aspectos da única essência divina.
💡 Isso está em harmonia com a visão unicista judaico-messiânica: Deus é um, mas Se manifesta de formas distintas para interagir com a criação.
3️⃣ O Verbo de Deus como Expressão de Sua Sabedoria
📖 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1:1)
O conceito de Chochmah (Sabedoria) nas Sefirot está ligado à ideia do Verbo de Deus, pois representa a emanação direta da vontade divina na criação.
🔹 Yeshua é chamado de a Sabedoria de Deus (1 Coríntios 1:24).
🔹 O Midrash liga Chochmah à própria Torá, que se manifestou no mundo.
🔹 Assim, o Filho não é uma entidade separada do Pai, mas a manifestação de Sua Sabedoria.
💡 Isso também está alinhado com a ideia neoplatônica de Plotino: O Intelecto (Nous) não é outro deus, mas a emanação do Uno, um reflexo perfeito de Sua vontade.
4️⃣ O Espírito Santo Como a Presença Ativa do Eterno
📖 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres…” (Lucas 4:18, citando Isaías 61:1)
Na Árvore das Sefirot, Binah representa o entendimento e a manifestação da Sabedoria divina, tornando-se um canal da ação do Espírito Santo no mundo.
📌 Isso reflete a ideia de que o Espírito de Deus não é outro ser, mas a energia ativa de Sua presença.
➡️ Assim como a Alma do Mundo (Psyche) emana do Intelecto em Plotino, o Espírito procede do Pai e manifesta a vida.
💡 O Espírito Santo é Deus em ação no mundo, sustentando e renovando todas as coisas.
5️⃣ A Unidade Divina no Pensamento Judaico-Messiânico
O pensamento unicista messiânico afirma que:
✔ O Pai, o Filho e o Espírito são aspectos da única essência divina.
✔ A divisão em “três” não significa separação, mas emanações dentro da unidade.
✔ As Sefirot mostram que Deus interage com o mundo sem perder Sua unicidade.
📖 “Eu e o Pai somos um.” (João 10:30)
📌 Isso significa que Yeshua não é “outro Deus”, mas a revelação da própria essência do Eterno.
🔹 Assim como Kéter, Chochmah e Binah são faces da mesma realidade, o Pai, o Filho e o Espírito são manifestações do Único.
💡 Essa visão resgata a raiz judaica da fé, sem a fragmentação trinitária introduzida posteriormente.
🌿 Conclusão: A Unidade na Multiplicidade
📌 O conceito messiânico unicista pode ser compreendido através da Árvore das Sefirot e do pensamento de Plotino.
✔ O Pai é Kéter, a fonte suprema.
✔ O Filho é Chochmah, a manifestação da Sabedoria divina.
✔ O Espírito é Binah, a presença ativa de Deus no mundo.
💡 Tudo isso sem dividir Deus, mas compreendendo Suas diferentes manifestações.
🔹 Como disse Yeshua: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (João 14:9).
🔥 Que possamos entender cada vez mais a profundidade da unidade divina e viver em comunhão com Ele. 🔥
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Referências:
📚 Obras sobre Plotino e Neoplatonismo:
- Marcondes, Danilo. Iniciação à história da filosofia: Dos pré-socráticos a Wittgenstein. Zahar, edição Kindle.
- Plotino. As Enéadas. Tradução de Giovanni Reale. Editora Loyola, 2002.
- Armstrong, A. H. Plotinus (The Loeb Classical Library). Harvard University Press, 1966.
📚 Obras sobre Cabalá e as Sefirot:
- Scholem, Gershom. As Grandes Correntes da Mística Judaica. Editora Perspectiva, 1972.
- Laitman, Michael. Introdução ao Livro do Zohar. Bnei Baruch, 2009.
- Kaplan, Aryeh. Inner Space: Introduction to Kabbalah, Meditation, and Prophecy. Moznaim, 1990.
📚 Obras sobre Judaísmo Messiânico e a Unidade Divina:
- Boyarin, Daniel. The Jewish Gospels: The Story of the Jewish Christ. The New Press, 2012.
- Stern, David H. Jewish New Testament Commentary. Jewish New Testament Publications, 1992.
- Skarsaune, Oskar. In the Shadow of the Temple: Jewish Influences on Early Christianity. IVP Academic, 2002.
📚 Obras sobre Monoteísmo e as manifestações de Deus:
- Heschel, Abraham Joshua. God in Search of Man: A Philosophy of Judaism. Farrar, Straus and Giroux, 1955.
- Maimônides, Moisés. Guia dos Perplexos. Editora UNESP, 2005.
- Falk, Harvey. Jesus the Pharisee: A New Look at the Jewishness of Jesus. Paulist Press, 1985.
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