🙋 Que Queres que Te Faça? Bartimeu e a Voz dos Invisíveis
A história de Bartimeu, o cego de Jericó, é um convite a refletir sobre como enxergamos (ou deixamos de enxergar) aqueles que a sociedade silencia. Bartimeu não era apenas um homem sem visão física; era alguém reduzido à invisibilidade social, carregando um nome que o definia como “indesejado” e “sem direito à própria voz”.
Sua história, porém, explode em cores quando Jesus interrompe seu caminho para perguntar: “O que queres que eu te faça?” Essa pergunta, aparentemente simples, é um terremoto que abala as muralhas da indiferença.
🎭 A armadilha das expectativas alheias
Todos nós, ao ler essa passagem, presumimos saber a resposta “correta” de Bartimeu: “Quero ver!” 👀. Mas quantas vezes impomos respostas prontas aos que estão à margem?
🛑 Quantos de nós, ao encontrar um “Bartimeu moderno” — um morador de rua, ♿ uma pessoa com deficiência, um refugiado —, já decidimos por eles o que “precisam”, sem perguntar?
A multidão ao redor de Bartimeu tentou calá-lo porque sua existência era incômoda; hoje, continuamos a calar vozes ao rotular seus desejos como “ingênuos”, “irreais” ou “equivocados”.
👂 A revolução de ouvir
Jesus não apenas cura Bartimeu — ele o reconhece como sujeito de sua própria história. Ao perguntar “O que queres?” ❓, Jesus desmonta a lógica perversa que reduz pessoas a problemas a serem resolvidos.
Bartimeu, pela primeira vez, é tratado como alguém capaz de desejar, de ter agência. Sua cura física é importante, mas a verdadeira ruptura está no gesto de devolver-lhe a dignidade de ser ouvido.
🧱 As muralhas que construímos hoje
A Jericó moderna não tem muros de pedra, mas erguemos barreiras intangíveis:
- A falsa caridade: Doar um prato de comida sem perguntar o nome de quem o recebe.
- A inclusão performática: Criar rampas de acesso, mas negar espaços de liderança a pessoas com deficiência.
Essas muralhas são mantidas por uma pergunta que nunca fazemos: “O que você quer?” ❌ Preferimos supor, julgar e impor.
🌍 Bartimeus contemporâneos: quem são e o que desejam?
- 👩👧💔 A mãe solo que luta para criar seus filhos com dignidade, mas é vista com desconfiança e acusada de depender dos outros, sem que conheçam sua história de luta e renúncia.
- 🚶🏽 O jovem negro que, antes mesmo de ser ouvido, já é julgado pela aparência, sendo constantemente vigiado, abordado ou tratado com suspeita.
- 🧓 O idoso tratado como um fardo em uma sociedade que valoriza apenas a produtividade, ignorado por aqueles que deveriam honrar sua experiência e história.
Se Jesus os encontrasse, sua pergunta seria a mesma: “O que queres?” Talvez a resposta não fosse o que esperamos. Talvez não seja “um emprego” , mas “respeito”. Não seja “esmola”, mas “oportunidade” 🌱. Não seja “pena” 😢, mas “amizade” 🤝.
⚒️ Como derrubar muralhas?
- 🛑 Pare de projetar: Antes de ajudar, pergunte. Ouça sem roteiro.
- 👤 Enxergue a pessoa, não o estereótipo: Bartimeu tinha nome. Quantos conhecemos além de seus rótulos?
- 📢 Desafie a multidão: Quando outros tentarem calar os “indesejáveis”, seja a voz que diz: “Coragem! Levanta, ele te chama!” 🙏 (Marcos 10:49).
🔮 A pergunta de Jesus a Bartimeu é, no fundo, um espelho para nós: O que estamos dispostos a fazer para que os “inouvíveis” sejam não apenas ouvidos, mas donos de suas próprias histórias?
A cura da cegueira social começa quando reconhecemos que, muitas vezes, somos nós — não os Bartimeus — que precisamos de novos olhos. 👁️
“A fé que derruba muralhas não é a que grita milagres, mas a que silencia para escutar o grito do outro.” 🙏
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